[Crítica] Bela Vingança: Triste tragédia

Carey Mulligan se arrumando pra curtir a noite em cena de "Bela Vingança"

Um filme que ganhou notoriedade mais pelos assuntos que aborda do que por ser algo realmente excepcional. O 1º ato é bastante interessante, mas seus desdobramentos tem alguns problemas de continuidade que acabam o deixando bem parado e confuso. 

A irônica atuação de Carey Mulligan está dentro do que ela tinha em mãos para se trabalhar. Achei interessante o uso da música "Toxic" fazendo parte da trilha sonora em um momento do filme, sobrepondo-se ao fato da atriz ser parecida com a Britney Spears. Isso também é irônico. 

Quem traduziu o título "Promising Young Woman" ("Jovem Mulher Promissora" em tradução livre) para "Bela Vingança", deve ser contra ao que o filme tem de promissor. Ele aborda tantas outras questões que faz dele ser mais sobre tragédia do que sobre vingança. 

O tom insensível que é tratado assuntos sérios e a forma banal que ele conclui algo tão cru e real, acaba soando um tanto grosseiro. Isso ao meu ver chega a se tornar "perigoso", e não estou falando de algo dentro do filme. Além de buscar notoriedade nos cinemas, "Bela Vingança" também pensa no âmbito social, por isso, levantando assuntos como esse, talvez faltou-lhe quebrar esse ciclo dizendo apenas uma palavra: BASTA!


O filme coloca o trauma na frente da vida, transmitindo o pessimismo perante a novas possibilidades e parecendo nivelar a sociopatia com a sensatez, num contexto que não favorece nem um pouco a causa abordada. Uma produção que entrou pra listinha dos "problemáticos", mas devido a conter alguns pontos interessantes também, vou cogitar que a real proposta da diretora e roteirista Emerald Fennell foi totalmente consciente. 
__________________
★★★ (Bom | Nota: 6/10)

*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR