[Crítica] Pinóquio (2019): Feito para nos desafiar


Olha, fazia tempo que não assistia um filme que fizesse eu me sentir torturado tentando vê-lo até o fim. As 2 horas de duração pareceram 2 horas de pé na fila de um banco. 
Não sei definir qual foi a ambição dos produtores e do diretor/roteirista Matteo Garrone, mas com certeza, eles conseguiram fazer um dos filmes mais chatos que já vi na vida. Espero que com isso ele não se sinta só, afinal, existem muitos filmes arrastados por aí. E lembrando que "chato" não quer dizer "ruim", esse consegue distanciar bastante essas duas palavras. 

O design de produção, figurino, fotografia, maquiagem e mixagem de som realmente chamam atenção, principalmente a textura e realismo do boneco protagonista, mas isso não tem força o suficiente para conseguirmos suportar todo o resto. Tudo ali corrobora para que o espectador sinta sono e
 se todo desdobramento da história já é tedioso, ainda existe uma trilha sonora criada para embalar um ronco. Nada nesse filme te faz querer continuar vendo até o final. 

Assisti com áudio original (italiano), e até a beleza dessa língua entra em cheque e passa a irritar. Fiquei no receio de estar sendo xenofóbico, mas depois percebi que o que me irritava eram os personagens mesmo. Não sei se o roteiro tentou mostrar a inocência do Pinóquio ou sua burrice. Mesmo o filme sendo de fantasia, as coisas precisariam ser melhor construídas. 


A promessa de um filme "dark" existe somente no trailer e mesmo para quem for assistir sem essa hype, nada conseguiria fazer ele fugir do que ele é: chato. 
Para não falar sobre a apologia ao trabalho infantil, que sinceramente, não entendi se está ali na intenção de repudiar o tema ou reivindicar o motivo do Gepeto não estar recebendo aposentadoria. 
_____________________
★★ (Enfadonho | Nota: 4/10)

*Visto em áudio original: Italiano | Legenda: PT-BR