[Crítica] Possessor: Não me venha falar de paleta de cores

A questão nem é o fato de "Possessor" (2020) não ser um filme direcionado ao cinema popular, mas o que ele quer nos mostrar como história, e se ela funciona. 
A começar pelo roteiro, que até tenta se diferenciar com elementos do sci-fi, mas que não é inovador por já termos visto algo parecido em outros filmes, mesmo que dentro de contextos diferentes.

Não só sua falta de originalidade, mas também de essência e aprofundamento em seus personagens. É um filme que nos apresenta violência e gore de forma gratuita, para no final termos como uma "moral da história" a falta de empatia e remorso implantado no cérebro do que seria óbvio.

Depois de todo o "cine-privé" para maiores de 18 anos jogado na nossa cara, o sangue voando pelas paredes e o esquema de infiltração, ficamos vagando de um lado ao outro, tentando achar diversão ou uma mensagem que nos fizesse encontrar um motivo por estarmos perdendo quase 2 horas do nosso tempo. E sim, parece que o diretor e roteirista Brandon Cronemberg tenta nos fazer sentir prazer numa cena em que uma machadinha dilacera a carne humana. Algo que poderia ser levado como sádico, mas que acaba inserido de forma vazia e descartável.
 
Christopher Abbott tentando se encontrar em cena de "Possessor"

Mesmo com ótimas atuações, o filme não consegue se manter dentro de uma proposta no que seria algo "cult". Sobre o gênero, ele passa longe de ser horror, afinal, cenas com gore e violência encontramos também nos filmes do Tarantino. Boa parte dele se encaixa mais em um thriller/ficção científica (pra não citar as cenas aleatórias com sexo explícito. Esse já seria outro gênero).
__________________
★★ (Fraco | Nota: 4/10)

*Visto em áudio original: inglês | Legenda: PT-BR