[Crítica] O Homem do Norte (The Northman)

Robert Eggers está se tornando o diretor dos filmes com excelente trilha sonora e fotografia, mas que depende muito de um bom elenco que carregue uma história fraca. Parâmetro pelo que foi visto também em "O Farol" (2019), com a exceção apenas de "A Bruxa" (2015), que apresenta um roteiro melhor. 

Em "O Homem do Norte" (2022) temos a clássica história de vingança, porém com a representação nórdica. É isso. Já vi história parecida em "Ben-Hur" por exemplo, só mudou a localização e a cultura, mas a base é bem parecida. "The Northman" não é um filme ruim, mas não dá pra considerá-lo memorável apenas por questões técnicas.


Nem com os urros de ódio de seu personagem central o filme conseguiu a força necessária para fazê-lo entrar num ambiente elevado. Com um elenco de nomes como Alexander e Bill Skarsgard, Anya Taylor-Joy, Nicole Kidman, Claes Bang, Ethan Hawke e Willem Dafoe, o filme não consegue mexer nem um pouco com nosso emocional, gerando algum vínculo com o espectador para que houvesse sequer um clímax. Nem o momento final, em seu ápice, conseguiu me envolver ou me fazer torcer por algum rumo. E isso é impressionante! Porque sabemos que com um elenco principal e competente como esse, ficamos nos perguntando o que faltou para "O Homem do Norte" ter nos apresentado algo a mais. 

Uma curiosidade é que sua classificação indicativa ficou para maiores de 18 anos, e mesmo com toda a violência e cenas de nudez (não frontal), "Até o Último Homem" (2016) é um filme três vezes mais violento/explícito por exemplo, e recebeu classificação +16 por aqui. 

Enfim, talvez um dos problemas foi em seu marketing. Um trailer bem enérgico para um filme morno na maior parte de suas 2 horas e 17 minutos. E por ter sido filmado numa época desafiadora como a pandemia, podemos talvez justificar com isso alguns detalhes em suas cenas de luta/batalha (que são poucas, inclusive). Nelas, Eggers demonstra uma certa inexperiência, e mesmo sendo apenas detalhes, eles incomodam bastante por tirar o impacto da cena. Coreograficamente as lutas são ruins, principalmente por parte do elenco de apoio, que chega correndo pra esperar ser golpeada pelo protagonista e cair no chão em seguida como está no roteiro. 

A bruxa...não péra. Anya Taylor-Joy em cena de "O Homem do Norte"

Voltando ao contexto geral, é um bom filme. Acaba se divergindo dos demais pelo que traz culturalmente (mesmo que isso ande por fora), pelas atuações de um elenco estelar, pelo tanquinho de Alexander Skarsgard e pela parte técnica (fotografia e trilha sonora).
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★★★ (Bom | Nota: 6/10)

*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR