[Crítica] "Você Deveria Ter Partido": Uma arquitetura assombrosa


Filme inteligente. "You Should Have Left" consegue cumprir seu propósito. 
Roteiro traz um cheirinho de tinta fresca e móveis novos, com a sofisticação de quem (mesmo usando clichês do gênero, como uma casa isolada) consegue te mostrar algo interessante e te envolver em um ambiente bem iluminado e arejado. 

Afinal, essa é a proposta de qualquer filme: nos dar sensações ou pelo menos nos fazer refletir sobre uma mensagem. E nesse, me senti dentro de um pesadelo em que o Freddy Krueger não estava lá. O que encontramos é algo muito pior e perturbador. 

O filme é bem editado e a história bem desenvolvida. A questão psicológica é intensa e levanta assuntos sobre relacionamento mais do que necessários nesses tempos de tecnologia tóxica. Temas que poderiam fazer parte de uma terapia de casal, abordados aqui de forma precisa e oportuna. 

Mas por outro lado, a associação da psique humana com outras crenças que compõem a história poderá desagradar alguns que possam encará-lo como dogmático, mesmo que isso seja pessoal e intransferível, e a mensagem subliminar esteja aqui, tão clara e aberta.

No começo, achei que seria um filme óbvio e até caí na presunção de achar que descobriria o final apenas com 15 minutos de duração, mas fui pego de surpresa pelo "left" e sem a necessidade de uma enxurrada de simbolismos ou grandes plot twists, o filme conseguiu me fisgar e concluir muito bem seu enredo com 93 minutos de duração. 

"Você Deveria Ter Partido" é uma opção muito boa pra quem ama o suspense psicológico, com um roteiro que consegue trazer algo novo e inteligente sem precisar forçar situações complexadas e sem propósito. Mesmo que aqui possamos encontrar algo estruturado com medidas nada convencionais.
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★★★ (Muito bom | Nota: 7/10)

*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR