[Crítica] Uma Sombra na Nuvem (Shadow in the Cloud)


Filme de metáforas. "Uma Sombra na Nuvem" (2020) é objetivo e curto (com pouco mais de 80 minutos). Tudo parece confuso em meio a diálogos e piadinhas machistas/sexistas "de firma", ligados no modo hard e em pleno horário de almoço. Característica do roteiro de Max Landis que embrulhará o estômago de alguns, mas que está ali de forma provocativa e proposital. 

Ficamos sem explicações durante boa parte do filme e isso poderá deixar muita gente impaciente, mas se prestarmos atenção na introdução, que é bem diferente e inteligente por sinal, já temos uma dica de qual caminho esse filme irá tomar. 

Confesso que a partir do 3º ato achei que tudo fosse desandar, e desandou. Realmente dá uma sensação que estamos perdendo nosso tempo e o que estava mais "pé no chão" (mesmo a maior parte da história se passando nas alturas), começa a forçar uma ação capaz de derrubar o avião com toda a produção junto. Nos minutos finais que "Uma Sombra na Nuvem" é salvo de ser apenas mais um filme e passa a ter o seu valor. 

Em sua mensagem simples, expressa de forma sensível e numa linha subliminar das metáforas, que o roteiro me fez até esquecer de seus pontos negativos. Chloe Grace Moretz entrega uma boa atuação e a diretora e corroteirista Roseanne Liang consegue ser inteligente e satisfatória. Direção que por sinal, se mostra bastante eficiente em ângulos estratégicos de câmera, principalmente nas cenas aéreas em que nos  coloca numa vista vertiginosa. 

A referência a obras como "No Limite da Realidade" (1983) está aqui. Um filme de ação, com elementos do horror (não propriamente um horror), que voa com pouco combustível, mas que consegue ao menos chegar num destino. E mesmo que "Shadow in the Cloud" seja uma montanha-russa de altos e baixos, de forma alguma sentimos no final que a viagem foi em vão. 
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★★★ (Bom | Nota: 6/10)

*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR