[Crítica] Sinistro: A Desmistificação do Lobisomem

Em seu 1º e 2º ato achei que pudesse estar diante de um filme muito bom sobre lobisomens. E diria até um "finalmente!", pois venho há algum tempo esperando encontrar algo realmente significativo com essa temática. Infelizmente, não foi dessa vez.

"Sinistro: A Maldição do Lobisomem" (Wer, 2013) é um filme americano que traz vários elementos muito interessantes, não apenas por fazer referências aos clássicos de lobisomens ou por ser ambientado na Europa, mas também por uma roupagem amadora/realista e um roteiro mais "pé no chão" acerca da licantropia e de sua mitologia.


Por incrível que pareça, o filme não se assume um found footage, mesmo que no princípio boa parte das cenas sejam através de câmeras de segurança. Porém, enxerguei como uma qualidade a escolha da direção de William Brent Bell por um certo "amadorismo", dando para a história um tom verossímil, mesmo que o filme pareça ter sido filmado praticamente inteiro com um smartphone.

Sem se prender a desdobramentos clichês, "Wer" vai direto ao ponto e seu roteiro consegue se manter interessante sem perder o ritmo ou ficar massante. O problema é quando chega sua metade em que tudo se perde.

O interessante em sua premissa é justamente a fundamentação científica buscando explicar ou se alinhar com algo mitológico, mas que perde o fio e desliza quando o sobrenatural entra em cena, sem uma construção ou uma abertura para ambas possibilidades. Com essa quebra de narrativa, "Wer" acaba ficando sem direção, perdendo totalmente o potencial que tinha, escolhendo seguir um caminho que não era muito bem o seu forte.

A. J. Cook (de "Premonição 2") está muito bem, mesmo que no final seu personagem seja coerente com a profissão, mas incoerente com a lógica, principalmente quando escolhe entrar numa caverna sem ser chamada, por exemplo. 

O embate final, além de forçar um romance desnecessário, me lembrou muito uma das personalidades vistas em "Fragmentado" (2016) - a Fera - filme que seria lançado 3 anos depois por sinal (teria sido uma inspiração?), mostrando que na licantropia existem aqueles que não gostam de pelos. Uma pena! Quem sabe na próxima lua cheia possamos contemplar algo mais significativo.
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★★ (Regular | Nota: 5/10)

*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR