Até onde o "baseado em fatos reais" foi realmente fidedigno é algo bem limitado, claro. O importante é a diversão do público com uma história bem elaborada, mesmo que o urso que ingeriu uma bolsa de cocaína na história real de 1985 tenha morrido após isso ter acontecido. Isso mesmo, ELE MORREU.
É com isso que "Cocaine Bear" se torna divertido, veja bem. Extrair do absurdo algo que nos fizesse rir pelo equívoco de acharmos que não haveria sangue e mutilações explícitas com um urso não só "drogado", mas já viciado no pó branco.
O CGI em alguns momentos não é dos melhores (diferente do filme "O Regresso" por exemplo. Não? Me falaram aqui que o urso em "O Regresso" na verdade era real, não CGI, e Leonardo DiCaprio treinou muito antes), mas independente de qualquer coisa, o CGI foi o suficiente para construir cenas bacanas. A direção de Elizabeth Banks contribui bastante com isso, principalmente no equilíbrio do humor ácido com o horror.
Só é uma pena o roteiro não conseguir explorar o que ele tem de melhor: o humor. São poucas as cenas que esse lado realmente é utilizado e o filme só não se torna totalmente do horror (com um "animal assassino", mortes e gore) porque ele ainda possui abertura para uma aventura, onde a questão do instinto materno/paterno é explorado. E nesse momento o humor é praticamente deixado de lado. Com isso, apesar de divertido, "O Urso do Pó Branco" acaba não alcançando algo maior do que um animal ensandecido disputando bolsas cheias de cocaína com traficantes e policiais. Mesmo que isso volte para o lado do "baseado em fatos reais".
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★★★ (Muito bom | Nota: 7/10)
*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR