[Crítica] Renfield: Dando o Sangue pelo Chefe

Nem a atuação icônica de Nicolas Cage como Drácula consegue salvar "Renfield" de suas fraquezas. Para um filme com Nicholas Hoult (de "Meu Namorado é um Zumbi") e a também maravilhosa Awkwafina (de "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis") cheguei a pensar que não havia como esse filme dar errado somando essa premissa de comédia/horror a esse casting. Realmente não deu errado, mas tudo acabou ficando no incerto.

O pretensioso roteiro de Ryan Ridley até consegue se sustentar de forma divertida e objetiva em meio ao absurdo, e a direção de Chris McKay entra na mesma onda, mesmo sem conseguir êxito algum fazendo jorrar baldes de sangue. Esse talvez seja o grande problema de produções que tentam ser várias coisas ao mesmo tempo. No fim, acabam não sendo nada. 

E não podemos dizer que não havia potencial, alguns momentos com o sarcasmo na performance de Nicolas Cage são hilários, mas infelizmente o roteiro falha em não conseguir ser uma comédia que pudesse utilizar do que traz como sátira para algo que fosse realmente relevante. O gore/horror chama atenção, mesmo que em meio a cenas confusas e mal coreografadas. E sua principal força, que seria a ironia pela história central envolver o relacionamento tóxico entre um "chefe" e o seu "escravo", acaba sendo mal aproveitada por um enredo que não passou de ser apenas pretensioso por não chegar a lugar algum.

Awkwafina em dúvida se estava num filme de romance em "Renfield"

É divertido? Dá para passar o tempo? Acredito que em sua 1 hora e meia de duração exista dois momentos num diálogo entre Renfield e Drácula que nos fazem sorrir. Mesmo com um design de produção legal, uma trilha sonora bem embalada, maquiagem e CGI dentro do limite do aceitável, é um filme que poderia tranquilamente ter sido lançado direto nos streamings e ainda assim obteria o mesmo impacto.
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★★ (Fraco | Nota: 4/10)

*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR