[Crítica] Mother May I? NÃO!

Dirigido e escrito por Laurence Vannicelli (ainda sem filmes conhecidos), até temos uma boa tentativa de terror psicológico envolvendo um casal com traumas do passado e o que deveria ser um luto no presente. Porém, "Mother May I?" ("Mãe, Eu Posso?" em tradução livre) falha drasticamente em sua execução. E na verdade, não só na execução.

Com a tentativa de usar elementos já batidos, mas ainda assim apresentar algo genuíno, o roteiro coloca uma "troca de cadeiras" entre o casal central, que não só acaba sendo cansativo pela insistência em algo que não funcionou, como também acaba não conseguindo se sustentar sem acabar beirando o ridículo. Acredito que boa parte disso se dá pela falta de cuidado na direção, que parece não saber direito o que está fazendo.

Não acredito que Holland Roden ("Teen Wolf") e Kyle Gallner ("Pânico 5" e "A Hora do Pesadelo") seja uma dupla ruim de elenco (mesmo que a inexistência de química entre eles seja algo evidente), o problema foi basicamente essas duas coisas: roteiro e direção. Ou seja, o filme em si é ruim mesmo.

Até entendemos que a moda agora é o terror psicológico, mas aqui temos um exemplo de que isso em mãos erradas pode virar motivo de chacota. O personagem de Holland Roden é frenético! Não sei dizer se pela edição ter sido feita nas coxas, se o roteiro que foi escrito assim ou se a atriz que não entendeu muito bem o que era pra ser feito.

Tudo, claro, sem a menor intenção de parecer engraçado, afinal, o trailer mesmo nos mostra que algo estranho está acontecendo na história. Após a morte da mãe, o filho vai passar um tempo na casa herdada e sua noiva começa a se comportar de forma estranha logo após eles chegarem. 

Ficamos meio sem saber se isso começou só após eles terem chegado ou se ela já era assim, mas tudo bem. Talvez isso até faça parte da ideia, mesmo que nada tenha sido desenvolvido para me convencer de algo.


Não bastasse um desenvolvimento ruim, a história fica no destempero por uma falta de ritmo. Rápido demais no começo, depois no meio desacelera (onde era pra ter começado a acelerar) e quando vemos, demora demais pra chegar no fim. Quando chega, eles estão fazendo mais uma terapia de casal sem a ajuda de um profissional. 

Com 30 minutos de filme na verdade, já me pareceu necessário os dois estarem internados numa clínica psiquiátrica. Houve tentativas de terror? Houve. Mas o medo mesmo foi com a carreira deles. Espero que fique tudo bem.
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★ (Ruim | Nota: 3/10)

*Visto em áudio original: inglês | Legenda: PT-BR