[Crítica] I Saw the TV Glow (2024): Eu vi a TV brilhar e peguei no sono


Depois de me esforçar muito pra permanecer acordado assistindo uma história arrastada, estranha e que não se preocupa em despertar nenhum interesse em nós, após vencer e conseguir chegar ao fim, conclui que a diretora e roteirista Jane Schoenbrun só poderia ter fumado muita maconha enquanto fazia esse filme.

Sendo um dos destaques no Festival de Sundance em 2024, fica difícil definir até o gênero de "I Saw the TV Glow". Divulgado como um "terror/drama" não consegui perceber o momento que ele se propôs a me dar medo (terror). E mesmo admirando muito o trabalho do ator Justice Smith, não consegui me comover em nenhum momento (drama). No máximo esse filme é um suspense, porque ficamos 1 hora e 40 minutos apreensivos, esperando algo realmente relevante na história aparecer. Nesse sentido o filme é muito bom, porque essa espera perdurou o filme todo.

Acredito que houveram muitas ideias a serem transmitidas, seja de forma subliminar, metaforicamente, em saltos temporais como na série "Dark", ou em suas cores e luzes que estão ali pra deixar nossa vista cansada, mas todas essas ideias ficaram apenas na mente de sua criadora, inacessível. É mais um caso daqueles filmes surreais (que ninguém aguenta mais! Já podem avisar a distribuidora A24) que vamos conseguir entender o que assistimos somente quando derem uma entrevista explicando aquilo que nem eles mesmos sabem direito explicar.


Afinal, um FILME é a expressão de algo. Uma mensagem. Algo que gera SENSAÇÕES no espectador. Isso sim é cinema. Não essa onda de coisas vazias, jogadas sem estrutura alguma na nossa cara e que todo mundo ainda sai aplaudindo e dizendo "obra-prima". Isso ficou lááá em 2017, com Darren Aronofsky. E sinceramente estou começando a acreditar que de lá para cá, ninguém mais deveria ter se atrevido a tentar algo parecido.
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★★ (Sono | Nota: 4/10)

*Visto em áudio original: inglês | Legenda: PT-BR