[Crítica] Os Estranhos: Capítulo 1


A sensação que eu tive em boa parte desse filme é que a direção deixou o casal protagonista (interpretado por Madelaine Petsch e Froy Gutierrez, ambos inexperientes, apenas com produções B no currículo) agindo de forma livre e descompromissada, como se estivessem num teste de elenco. Só isso pode explicar por que a atuação deles ficou tão ruim. Não consigo acreditar que um ator ou atriz consiga sozinho atuar dessa forma sem que haja algo que dê um aval. Se eu fosse o pai dessa atriz, pensaria em processar o estúdio. Ou, todos que permitiram que ela participasse disso. Algumas cenas (principalmente nos momentos finais) beiram a vergonha alheia e fica nítido que a culpa desse resultado final não seja somente deles.

Onde estava a DIREÇÃO desse filme enquanto ele estava sendo gravado? Deixaram a câmera na mão de outra pessoa, não é possível.  Porque, vamos lá, se os atores são inexperientes ou se o roteiro de Alan R. Cohen e Alan Freedland não ajuda muito, PELO MENOS teria que haver um diretor no meio disso para se tentar entregar alguma coisa. 

Renny Harlin não é um diretor inexperiente, até mesmo pro gênero. Na sua filmografia tem filmes bem conhecidos, como "Do Fundo do Mar" (1999), "A Hora do Pesadelo 4" (1988) e "O Exorcista: O Início" (2004). Então, fica difícil conseguir explicar o que aconteceu aqui. Se pagaram direito o cachê de todos da produção, se eles acharam que ninguém fosse assistir e não levaram muito a sério ou se aceitaram fazer esse filme sem pensar muito bem na sua reputação.

O trailer já mostra a única cena interessante, que quando vimos na íntegra, percebemos que ela não é tão boa como no trailer. Ficando assim, bem claro, que faltou muito pra esse filme conseguir ser ruim. 

Somando as situações absurdas que chegam a ser cômicas, o diálogo piegas entre o jovem casal num momento de velório, a insistência dos vilões em ficar batendo na porta perguntando se a Tamara está e até mesmo os problemas grosseiros de sonoplastia, que nos faz questionar se o filme realmente foi finalizado ou se chegou a passar por uma sala de edição. Tudo isso, acaba gerando não apenas uma experiência desagradável, mas a irritar o espectador. Chega a ser difícil, constrangedor, penoso. É o tipo de filme que eu acredito ter a capacidade de gerar manifestações coletivas na sala do cinema. Ainda bem (veja bem) que eu não paguei pra ver isso, senão acho que eu não teria nem emocional (ou força) pra conseguir escrever uma review.


O interessante em "Os Estranhos: Capítulo 1" é que esse é apenas o primeiro filme de uma trilogia. Este, com apenas 80 minutos (ainda bem), acaba com um gancho "to be continued..." que me fez esquecer se um dia considerei a trilogia "Rua do Medo" (da Netflix) um baita desagrado. Por isso é importante surgir filmes como esse. Pra gente conseguir ter um parâmetro de algo que é ruim, para algo pior.
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★ (Péssimo | Nota: 1/10)

*Visto em áudio original: inglês | Legenda: PT-BR