Fica até difícil entender o porquê das críticas negativas, como se estivéssemos diante de uma bomba. Algo com um forte indício de “boicote interno” por algum problema da DC com alguém, ou algo do tipo. “Coringa: Delírio a Dois” fica apenas em 1/3 do que foi o filme de 2019, mas isso não chega a justificar os 32% no site Rotten Tomatoes (com 344 reviews até o momento). Talvez a hype gerada por Lady Gaga representar a nova Arlequina também possa ter frustrado muita gente que esperava algo mais caricato, performático e ousado.
A começar pelo roteiro escrito pelo diretor Todd Phillips em parceria com Scott Silver (ambos que levam autoria também pelo primeiro filme), a impressão que tive foi de que todas as ideias que engrossariam o caldo da história ficaram em 2019, e aqui temos algo apenas à sombra de 5 anos atrás, utilizando-se de improvisos para tentar nos mostrar um bom motivo por terem feito uma sequência, que não fosse claro, apenas a tentativa de lucro nas bilheterias.
Com 2 horas e 18 minutos praticamente inteiros circundando um “drama de tribunal”, ficamos esperando algo mais significativo, enquanto, a cada 15 minutos, aparece uma nova canção que ninguém pediu. O problema pra mim nem foi essa questão do musical, mas o filme parecer “pisar em ovos” e preferir ficar numa região segura, escorado ao seu primeiro filme.
Lady Gaga como Arlequina, o grande MOTIVO de muita gente ter se empolgado com essa sequência, acaba ficando de escanteio. Mesmo que ela tenha conseguido mostrar (com muito pouco) uma ótima atuação e o quanto estava “fora da casinha”, é difícil não se frustrar com as possibilidades que sua personagem tinha. Arthur Fleck foi tão enfraquecido, que até mesmo quando o Coringa aparece, ele não consegue mais ter o seu momento. Um roteiro pouco criativo, onde nos restou o embalo de suas músicas (olha ela aparecendo de novo, quem pediu?) enquanto as coisas no tribunal se desenrolam e a fotografia continua linda.
Voltando para as críticas negativas e o fracasso nas bilheterias, é um filme que vale tranquilamente o ingresso apesar de suas escolhas simplistas. Mesmo caminhando entre o regular e o “ok” e gerar uma certa decepção para quem esperava “o filme do ano”, afinal, se trata da sequência de uma produção considerada uma obra-prima por muitos. Pelo menos houve esse emparelhamento na estética e na qualidade das atuações, mesmo que agora em 2024 a risada do Coringa já não tenha mais tanto efeito.
_________________
★★★ (Bom | Nota: 6/10)
*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR