[Crítica] Extermínio 3: A Evolução (2025)


28 minutos depois...

Vemos que a decisão foi mudar o rumo e o tom da história. Com Danny Boyle de volta à direção e Alex Garland novamente no roteiro, esse terceiro filme resolve jogar tudo pro alto e apertar o botão do foco na diversão, se esquecendo de ser divertido. 

  • 2002: “28 Days Later” (28 Dias Depois)
  • 2007: “28 Weeks Later” (28 Semanas Depois)
  • 2025: “28 Years Later” (28 Anos Depois)

Podemos dizer que os três filmes são totalmente diferentes um do outro, mesmo retratando o mesmo vírus. O primeiro foi um sucesso de mérito circunstancial, com um orçamento de 8 milhões, cenas filmadas com uma câmera digital Canon XL1, e uma Londres deserta, sem nenhum fundo verde ou coisa do tipo, impressionando bastante na verossimilidade.

Considero “Extermínio 2” (2007) um dos melhores filmes de “zumbis”. Com uma cena de abertura marcante e estarrecedora, acredito que fique atrás somente da obra-prima espanhola “REC” (2007) e bata de frente com “Madrugada dos Mortos” (2004) do Zack Snyder. Dirigido por Juan Carlos Fresnadillo (como os espanhóis gostam dessa temática) e um roteiro coescrito por ele e mais três nomes desconhecidos, o ritmo frenético em "Extermínio 2" (2007) impactou bastante e alavancou a história para um outro patamar.

Em 2025, temos o retorno dos criadores do original, com ideias que beiram o cômico e que nos mostra, mais uma vez, o quanto os filmes de "zumbis" possuem várias possibilidades e a tendência de sofrer mutações. Dessa vez com um orçamento bem acima da média – 60 milhões – Danny Boyle possui dificuldades visíveis de encontrar um propósito dentro de um roteiro pobre, tendencioso e leviano.

Além da mudança acerca dos infectados, que nunca foram propriamente zumbis, e agora parecem pertencer a uma tribo de canibais liderados por um macho alfa bem-dotado, que nos deixa na dúvida sobre o que define a palavra “viril”, somos levados junto de personagens que parecem não saber muito bem o que estão fazendo, seja numa ilha no meio do nada, ou se arriscando pelo continente.

No primeiro filme o roteiro já apresentava questões bem complicadas, que de tão complicadas, chegam a dar preguiça e sono, nos fazendo terminar o filme com algum esforço. Porém, pelo menos os infectados eram realmente uma ameaça. Independente se a proposta desse terceiro filme tenha sido caminhar, rastejar, correr, ou só nos fazer rir pelo jeito desengonçado e falta de roupa desses “nativos”, o problema foi ele não ter chegado a lugar algum. 
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★★ (Fraco | Nota: 4/10)

*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR