Pra mim o que elevou esse filme se resume em dois quesitos: roteiro e atuações. A história parecia que seria mais do mesmo em meio a personagens diversos, mas o que acaba chamando bastante atenção em "Bodies Bodies Bodies" é a forma cirúrgica como tudo é conduzido pela diretora Halina Reijn.
O espectador é imerso e abraçado por um suspense de forma gradativa, simples, mas intenso. É aquela velha história do básico bem executado que dá certo. A premissa parece boba, envolvendo mais um grupo de adolescentes asshole, quando tudo começa a apresentar sua densidade psicológica debaixo de uma tempestade clichê (e aconchegante). O desconforto vivido pelos personagens torna-se um conforto para quem é fã de um bom suspense (sim, a proposta desse filme não é ser um terror/horror).
Elenco jovem de "Morte, Morte, Morte" recheado de surpresas |
Vale ressaltar a iluminação (ou falta dela) em boa parte do filme, que dá um ar "amador" na produção, mas sem a pretensão de apelar para momentos found footage ou algo do tipo, elemento que poderia aproximar ainda mais o espectador da situação, dos personagens e até mesmo da realidade mostrada na história. Até porque, a sensação que fica (e acredito que essa tenha sido a real intenção do filme) é justamente nos fazer questionar se aquela situação poderia acontecer com qualquer um, mesmo que em contextos ou níveis diferentes.
No Brasil, "Bodies Bodies Bodies" é uma brincadeira conhecida como "Detetive". E é nessa perspectiva que esse filme nos coloca: de detetive. Onde passamos a entrar na ótica dessa brincadeira, tentando descobrir através de um olhar diferente ou movimento suspeito quem é o assassino. Só acho difícil alguém conseguir acertar.
___________________
★★★★ (Ótimo | Nota: 8/10)
*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR