[Crítica] The Beast Within (2024)


Não é de hoje que estou numa baita expectativa por um filme significativo e atualizado sobre licantropia. O remake vitoriano de 2010 do clássico "O Lobisomem" é uma obra muito boa, mas que ficou na indecisão entre ser um filme de terror de verdade ou algo que pudesse levar adolescentes de 12 anos aos cinemas. Enquanto se fala sobre um novo remake com Christopher Abbott desse clássico da Universal, recebemos um lobisomem despretensioso com "The Beast Within" (2024), para irmos se esquentando debaixo do casaco de pele de Kit Harington enquanto aguardamos.


Após verificar exemplares como "Wer" (2013), "O Lobo de Snow Hollow"(2020), "Um Lobo Entre Nós" (2021), "The Cursed/Eight for Silver" (2021) e "Blackout" (2023), ainda ficou a sensação de que faltava algo que me fizesse olhar para a lua cheia e levá-la a sério novamente. Com tantas tentativas em assistir um filme de lobisomem "raiz", consegui encontrar um que prorrogou esse momento de novo. 

O roteiro de Greer Ellison e Alexander J. Farrell tem uma premissa bem interessante, utilizando de uma figura monstruosa e mitológica para traçar uma metáfora sobre masculinidade tóxica e paternidade violenta e cruel. Uma pena que isso acabou falhando drasticamente em sua execução. 

É um filme que se fortalece em sua ambientação, através de um lugar pacato, próximo a um pequeno vilarejo e rodeado por uma grande floresta. Não fica claro qual o período que a história se passa, mas a utilização de lampiões talvez não seja uma mera combinação desassociada.

"The Beast Within" ("A Fera Interior" em tradução livre) apresenta muitos problemas, e só não chega a ser ruim porque ainda consegue nos mostrar alguma coisa relevante. O diretor Alexander J. Farrell não faz questão de explicar tudo (principalmente o comportamento de seus personagens), e a edição possui cortes bruscos que acabam deixando tudo descompassado, dando alguns alertas de sono no espectador. 

O terror/horror não existe, e quando aparece, assusta bastante com um animatrônico capaz de nos deixar meio (????) Os defensores dos efeitos práticos vão voltar a preferir um CGI ruim do que isso que nos é apresentado. Até o lobisomem de "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban" é mais assustador.

Ashleigh Cummings em cena de "The Beast Within"

A questão é que a boa ideia que tiveram não deu certo na prática e nem o elenco eficaz conseguiria resolver. Já que a intenção foi contar uma história de linha dúbia, havia possibilidade de se fazer isso melhor, nem que precisasse incluir no enredo um psiquiatra à moda antiga.
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★★ (Fraco | Nota: 4/10)

*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR