Não é de hoje que falo sobre como é difícil sustentar histórias assim, que se passam num único lugar e com poucos personagens. Filmes como "Dentro" (2023) inventam modos e criam situações para conseguirem chegar aos 90 minutos sem parecer uma fábrica de linguiça. Afinal, nem sempre uma história com essa característica consegue entregar o que "You'll Never Find Me" (2023) entregou.
Quando vi o trailer de “Confinado” ("Locked"), pensei por um breve momento que estivesse diante de um remake do filme brasileiro “A Jaula” (2022), mas pesquisando, verifiquei que, na verdade, "A Jaula" (2022) já era um remake de um filme argentino, lançado em 2019, chamado “4x4”. Mas todos devem fazer parte de um só universo. Se existe alguma diferença entre eles, além do espanhol (2019), do português (2022) e do inglês (2025), não vou poder dizer.
Com Anthony Hopkins e Bill Skarsgard na direção (David Yarovesky, de “Brightburn”, estava apenas dirigindo um carro), achei que talvez o caldo pudesse engrossar. Voltando para a questão da história se passar praticamente dentro de um único lugar (um carro), eles precisavam preencher o roteiro com diálogos que fossem além do sofrimento de alguém sendo castigado pelo seu “Jigsaw”. E ADIVINHEM o que colocam para sustentar seu enredo? Sim, vamos falar de política.
Sabemos que o ponto de partida pro seu desenvolvimento foi um senso de justiça hipócrita, mediante um sistema corrupto e desigual, mas o problema na ficção, muitas vezes, é querer explicar demais o porquê das coisas, se perdendo naquilo que foi criado com o intuito de, antes de tudo, divertir. O roteiro de Michael Arlen Ross até acrescenta um peso familiar e emocional, e até temos uma movimentação que saia do monótono e faça o filme andar de forma forçada, mas sem o suficiente para, no final, considerá-lo algo realmente relevante.
_________________________
★★ (Regular | Nota: 5/10)
*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR