Uma baita surpresa! E se a intenção de Rian Johnson foi fazer uma homenagem à Rainha do Crime - Agatha Christie - ele se superou. Realmente surpreende por sair do óbvio e te levar a um quebra-cabeça totalmente fora do convencional. Assim como a ótima comédia "Mistério no Mediterrâneo", que também carrega essa intenção honrosa aos livros de mistério, mas que aqui, as coisas partem para um lado mais sério.
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Em nenhum momento é possível perceber algo genérico em sua trama, mesmo que ela contenha essas características já bem marcadas do "whodunnit". O foco é somente na história e em seu mistério, sem tempo para grandes mudanças de cenário. E assim como num bom livro do gênero, os diálogos investigativos entre o detetive e seus suspeitos é o que irá carregar boa parte de seu conteúdo.
Roteiro original inteligente e à altura do que se propõe. Podemos falar também do humor bem empregado, gerando momentos hilários e até inusitados. E é essa dose de humor que equilibra um ritmo que poderia ter se tornado cansativo para a maioria do público. A sátira em seu contexto moral também é sagaz e nos mostra o quanto a ganância pode transformar as pessoas. É um filme bem elaborado, complexo e claro, com bons diálogos e um final redondinho como uma rosquinha.
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Só é uma pena um elenco desse porte não conseguir um espaço homogêneo no enredo. Afinal, colocar o Capitão América, a irmã do Michael Myers, a Hannah Baker, o líder do "Grupo dos Otários", o James Bond e Toni Collette: A Atriz, em um mesmo filme, é pedir pra usar todo o poder de fogo que tem.
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Se esse filme fosse baseado num livro, com certeza eu teria gostado de ler. E se a Rainha do Crime o tivesse assistido, diria que ela poderia até ter aberto um sorriso. Só é engraçado ele ter representado melhor o mistério do que a própria adaptação de "Assassinato no Expresso do Oriente" (2017). Mas esse é um outro caso.
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★★★★ (Ótimo | Nota: 8/10)
*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR