Pelo trailer já havia sinais de que essa lua não seria cheia, por isso, confesso que a hype para essa tentativa de mais um filme de lobisomem da Universal não estava tão alta. Só não esperava algo que parecesse ter sido feito às pressas. Mesmo com o diretor Leigh Whannell – do excepcional e memorável "O Homem Invisível" (2020) – para nos dar um ânimo, acabou não sendo o suficiente quando nos deparamos com um roteiro chinfrim e previsível.
Escrito em parceria com sua esposa Corbett Tuck, o enredo até se
inicia muito bem, conseguindo estruturar elementos interessantes e gerar
expectativas, até porque, contar uma história de um ser mitológico como o lobisomem utilizando de uma proposta mais “pé do chão”, é algo que já havia chamado atenção em "Wer" (2013). O problema foi insistirem no sentimentalismo.
Geralmente, histórias de lobisomens não dão certo com esse quesito. Se
tiver algum sentimentalismo tem que saber dosar muito bem, e mesmo que aqui não tenha chegado ao brega, atrapalhou. Não vou nem falar
sobre filmes que resolvem se passar quase inteiro numa única noite e num único
lugar, a possibilidade de dar errado é enorme. Por isso, o caso de “Lobisomem”
(2025) seria de rasgar tudo mesmo e escrever de novo, afinal, o núcleo da história já é também muito simples.
Leigh Whannell consegue até esboçar uma idéia brilhante,
principalmente numa caracterização mais “humanizada” e de efeitos práticos do
lobisomem (efeitos práticos? Uma make né. De "Halloween Horror Nights") e em conseguir nos deixar
apreensivos apenas olhando para um campo aberto no meio de uma floresta, ou
através da mira de uma arma. Porém, um caminhão pendurado numa árvore e as
decisões burras dos personagens, nos faz lembrar de “Jurassic Park” (1993) e
entender a diferença do que foi entreter o público com uma ideia ousada e bem
executada.
Uma pena. Christopher Abbott é um ator com um potencial incrível e mesmo que sua falta de química com Julia Garner tenha sido culpa do roteiro (claro),
o personagem da atriz mirim Matilda Firth veio para recompensar e ser uma fofa. Justamente essa fofura que fez o filme deixar de ser um terror e o orçamento de US$ 25 milhões foi pago apenas para a dona da fazenda
reformar sua estufa por conta de uma cena improvisada.
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★ (Ruim | Nota: 3/10)
*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR