Por ser o filme mais caro de toda a franquia – orçamento de US$ 50 milhões – eles entregaram pouco. Sabemos do carinho envolvido e a onda de ressurgimentos nostálgicos que vêm acontecendo para a alegria dos fãs, e isso por si só, já é um grande motivo para muitos irem ao cinema. “Premonição 6: Laços de Sangue” (2025) chega 14 anos depois do último filme e minhas premonições sobre ele estavam erradas. Ainda bem! Pelo menos não é uma bomba como estava desconfiado que seria e, na verdade, até vale o ingresso para vê-lo nos cinemas.
Voltando para seu orçamento, fica difícil não ponderar certas coisas. Tirando o 1º filme, que tem muita coisa prática, a franquia “Premonição” (Final Destination) nunca foi uma boa referência quando falamos sobre efeitos visuais (CGI), mas não deveria ter sido uma “regra” manter esse padrão em 2025. O 2º filme é o único que podemos ressaltar nesse sentido, lançado em 2003, é considerado o melhor da franquia justamente pelo realismo das cenas e efeitos visuais que, para um filme de horror, superou bastante as expectativas na época, e com praticamente a METADE do orçamento – US$ 26 milhões.
Mas claro, tirando esse detalhe do CGI que insistiu em se manter numa qualidade duvidosa, até temos um roteiro diferenciado, mesmo que com GRANDES problemas e furos que fingimos não estarem lá. Coescrito pelo nosso já conhecido e querido Guy Busick ("Casamento Sangrento", "Pânico 5", "Pânico 6" e "Abigail"), que descentralizou o padrão da morte e foi mais além, fazendo jus ao seu título “Bloodline” (Laços de Sangue) e mudando o foco para o lado indireto ao desastre, percorrendo a árvore genealógica de um prédio futurista em chamas, construído por algum estagiário em engenharia de uma época vintage.
Um dos pontos que me chamaram atenção foi o roteiro “rir da própria piada”, trazendo toda a perseguição sobrenatural da "caveira encapuzada com uma foice na mão" para o lado de um ceticismo que consegue brincar com o espectador já acostumado com o vento sorrateiro, que derruba as coisas e faz os objetos pontiagudos conspirarem contra o próximo da lista. A direção inexperiente consegue manter um nível aceitável na construção dessas cenas, mesmo que o elenco esteja largado e sem adquirir nenhum carisma que nos faça torcer por eles.
Diferente de alguns reboots que vêm surgindo, aqui não vemos nenhum tipo de fanservice, ou algum tipo de ligação com os filmes anteriores, como o visto em "Premonição 5" (2011), por exemplo. Com exceção, claro, da presença ilustre de Tony Todd reprisando seu papel, que já traz uma força.
Ainda assim, é difícil não perceber o quanto esse 6º filme acabou ficando “mais do mesmo”, mesmo com boas tentativas de fazê-lo se justificar. Se soubessem que seu resultado final seria esse, pelo menos poderiam ter caprichado um pouco mais nas mortes e no CGI, valendo-se de uma classificação indicativa tão alta (para maiores de +18 deve ser jogada de marketing, só pode. Esse filme é para +14, tranquilamente). Fica então apenas o alívio de que as músicas com letras emblemáticas não retornaram à toa, e estão aqui para roubar a cena.
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★★★ (Bom | Nota: 6/10)
*Visto em áudio original: Inglês | Legenda: PT-BR